Katy Perry vira ginasta em show que até diverte, mas tem muita enrolação no The Town
15/09/2025
(Foto: Reprodução) Katy Perry agita público do The Town com o hit ‘Dark Horse’
Katy Perry brincou de ser uma “atleta de ginástica olímpica” em seu show neste domingo (14), no The Town. Com várias acrobacias, a cantora ficou de ponta cabeça em mais de um momento de sua apresentação, que foi divertida, mas teve enrolação de sobra. A cantora fez falas carismáticas, mas excessivamente longas. O mesmo vale para o lero lero dos cinco vídeos exibidos entre os atos, com imagens de conceito futurista digno de um bom jogo de um videogame, mas que soou bastante repetitivo.
A cantora entrou no palco Skyline após os telões exibirem um vídeo que brincava com figuras como robôs e extraterrestres. Com imagens que parecem ter sido geradas por inteligência artificial, a figura de Katy surgiu como se ela estivesse prestes a ser arremessada para o Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Em seguida, ela apareceu no palco, pendurada em uma estrutura metálica.
Ela começou o show com “Artificial” — a plateia mais gritava pela presença da popstar do que pela música em si, cuja letra parecia desconhecida para a maioria do público. Também não dava para ouvi-la direito. A cantora foi prejudicada pelo som do microfone, que estava baixíssimo, mas o problema foi solucionado minutos depois.
Ainda no primeiro ato, Katy cantou “Chained to Rhyhtm”, “Teary Eyes” e “Dark Horse” — nessa, os fãs inclusive brincaram cantando “meu nome é Júlia”, na viradinha do refrão, em referência a um meme brasileiro que viralizou anos atrás.
A americana contou com uma plateia bem cheia, que se contagiou por sua presença e, principalmente, por seus hits dos anos 2000 e 2010. Foi justamente o segundo ato de seu show que mais contagiou o público com a sequência de "Woman's World", “California Gurls”, “Teenage Dream”, “Hot n cold”, “Last Friday Night (TGIF)” e “I Kissed a Girl”. Durante o sucesso sáfico, Katy se enrolou em uma bandeira LGBT e celebrou a comunidade.
Katy Perry no 5º dia de The Town
Fabio Tito/g1
A energia oscilou depois disso. Além de Katy trazer hits espaçados, ela costurou uma série de firulas, que até eram engraçadinhas, mas demoradas.
"Disseram que seria difícil trazer a turnê para cá, porque custaria muito dinheiro. Eu falei: O que? Desculpe, mas os meus maiores fãs estão no Brasil", disse a americana, em um dos poucos momentos de fala mais direta. "Não importa se estou em alta ou baixa, uma coisa constante são meus fãs brasileiros.”
"Eu sou gostosa": fã sobe ao palco e ensina a Katy Perry frase em português
Em “The one that got away”, a cantora trouxe para o palco um fã da plateia. André, de Indaiatuba, protagonizou o momento fofo. Ela se jogou no colo dele, falou coisas em seu ouvido e fez piadas com o jovem, que levou ao palco uma bandeira do Brasil ilustrada com Katy. Ele também a ensinou falar “eu sou gostosa” em português, o que arrancou gritos do público.
A verdade é que Katy Perry tem vozeirão, presença de palco e ótimas músicas. Seu pop tutti-frutti é um dos sons mais marcantes das últimas décadas. No The Town, o público se entregou à apresentação com a alma, mas viu a energia “subir e descer” com frequência, devido aos momentos de enrolação.
Ela encerrou a apresentação ao som do hit “Firework”, que agitou as pessoas na mesma medida de “Roar”, “ET” e “Part of Me”.
Essa foi a quinta vez que a cantora veio ao Brasil para se apresentar. Um ano atrás, ela cantou no Rock in Rio, em um show emocionante que teve a presença de Cyndi Lauper e aconteceu exatamente no mesmo dia em que Katy lançou o álbum “143”. Como não emplacou nenhuma faixa no Top 200 do Spotify Global, o disco virou indicativo da dificuldade da artista em renovar sua popularidade.
Mesmo assim, a artista mostrou no festival que continua preparando apresentações com figurinos, cenários e momentos memoráveis e emocionantes. Ela tinha ali a fórmula nas mãos, pecou apenas por adicionar elementos descartáveis. As duas horas de seu show poderiam (e mereciam) melhor aproveitamento.
Katy Perry no 5º dia de The Town
Fabio Tito/g1
Cartela resenha crítica g1
Arte/g1